O PATRIMÓNIO ABANDONADO

O Governo que por diversas vezes anunciou que tem planos para reabilitar as casas coloniais para estimular o turismo, transformou-se numa atitude negligente ou intencionada, em preservar o seu património na valorização da cultura e da história são-tomense.
Um novo ato de total falta de sensibilidade, e de falta de visão das oportunidades que poderia abrir-se para o desenvolvimento de um novo recurso na oferta de atrativos propícios para articular uma política diferenciada de promoção nacional.
A perda desse património será um grave atentado contra a economia nacional: o seu verdadeiro valor vai para além do monetário, (que vai perdendo ano após ano com o abandono e o vandalismo ao que estão submetidos), mas também contra o seu património.

Que outro país do mundo tem esse património e o dilapida dessa maneira? Que governantes se desentendem de manter as heranças da história? vai-se criando um esquecimento pelo que esse povo foi, para que as lembranças dos tempos passados se desvaneçam sem nenhuma piedade, sem nenhum respeito, materializado na queda desses edifícios históricos, com a redução a ferrugem de monumentos da história contemporânea, para que talvez nenhum jovem nem velho possa lembrar-se mais do que os antigos tiveram que trabalhar ou viver para chegar até este ponto, para evitar que, em essência, ninguém possa reagir contra um status quo de alienação mental, que afeta à essência mesma do futuro do povo são-tomense.

texto parcial de Xavier Muñoz Torrent.